Emaranhado-Teia

  A       A.B       A.B.C.      C.B.       B.A      A

0.      0.0.      0.00.       0.000       0.000.1#

ZUM……!     PLIM………!     POC..........!

 A IA fecundada por um algoritmo

pariu este EMARANHADO-TEIA

que se iluminou no meu pc

Saltitam do poema ideias e imagens

 Introduzindo-se no meu cérebro

tal malha de aço

 se vai estreitando, segundo a segundo,

ao som dum metrónomo

que me perturba e o poema sai em prosa.

ASSIM.

“o sol brilha no horizonte nascendo longe de mim

o mar em minutos passa a verde-esmeralda

enquanto nas ruas a revolução cresce nos gritos do povo...”

a linguagem é minha, mas minha estúpida IA,

 eu nunca escreveria esse poema, que nem acabei de ler!

Deleted      Deleted    Entendes assim?

À minha frente

 flutuam palavras com cheiro a flores silvestres

Coloco, uma a uma, as palavras soltas

 em cima da mesa do poema.

É lindo vê-las articularem-se umas com as outras

para ganharem voz.

Outras caem no chão

e apenas esganiçam obscenidades.

 porque são negras de ódio

não gostam do povo

só dos ricos doutores

que as sustentam.

                         Uma imaginária porta poética

dá passagem a fanfarras tocando

hinos de fraternidade 

de amizade entre os povos

um piano a cores do arco-íris,

acompanha-os.

O poema ficou mágico e sábio.

 Ficará completo quando as nações

usarem os seus saberes na diplomacia

e não nos canhões.

MANUEL MARCELINO (FEV 2025)